Decisão atende a pedido do ex-presidente, que não quer ser transferido para Brasília. Defesa pediu concessão para prisão domiciliar por causa de problemas de saúde
O STF tem quatro votos para manter a prisão do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. A análise da decisão está no plenário virtual da Corte desde às 11h desta sexta-feira (25/4), com encerramento às 23h59. O ministro Gilmar Mendes pediu destaque no julgamento — o que deve levar o caso para o plenário físico, mas sem alteração em relação à prisão do ex-senador.
Até agora, os ministros Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin acompanharam o posicionamento de Alexandre de Moraes sobre Collor. Mesmo com o pedido de destaque de Gilmar, os demais integrantes da Corte poderão inserir seus votos no plenário virtual até 23h59 desta sexta-feira. No entanto, uma decisão final sobre o caso só será tomada presencialmente
O ex-presidente foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, em um desdobramento da Operação Lava-Jato. Conforme a decisão, ficou provado que ele, com a ajuda dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, recebeu R$ 20 milhões para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.
Em audiência, Collor disse não tomar remédios
A audiência foi conduzida por Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A reunião durou 13 minutos, e o ex-presidente falou pouco. Quando se manifestou, negou o uso de medicamentos ou qualquer doença diagnosticada, em contraste com a versão apresentada por sua defesa.
O juiz perguntou: “O senhor tem alguma doença ou faz uso de medicamento contínuo?” Collor respondeu: “Não”.
Os advogados alegaram a Moraes que apresenta Collor tem “comorbidades graves”, como doença de Parkinson, bipolaridade e apneia do sono grave. Por isso, segundo a defesa, o ex-presidente faz uso diário de medicamentos e necessita de acompanhamento médico frequente. Essas informações foram apresentadas no pedido de prisão domiciliar para o político.
Em outro momento, o juiz auxiliar perguntou se Collor teria uma preferência de estado para ficar preso caso fosse aplicada a reclusão domiciliar. Ele respondeu que gostaria de ficar em Alagoas, onde ocorreu sua prisão.
O ex-presidente também reforçou ter sido detido no aeroporto de Maceió (AL), “embarcando para Brasília para me apresentar às autoridades judiciais”.
A audiência de custódia é um ato que deve ser realizado nos casos de prisão em flagrante e cumprimento de mandado de prisão. Ela serve para o detido poder dizer se houve alguma ilegalidade ao ser abordado.
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